domingo, 31 de agosto de 2014

Brasil Império

Tirando a poeira de um pioneiro do Império à República!
Henrique Alves de Mesquita nasceu em 15 de Março de 1830 na cidade do Rio de Janeiro, tendo em sua vida uma carreira de instrumentista, compositor e maestro.
Iniciou seus estudos de música na juventude, sendo que com 18 anos foi aluno do Maestro Giacchino Giannini, estudando contraponto, órgão e composição com esse que foi também professor de Carlos Gomes.

O Imperial Conservatório de Música, que era mantido pelo Imperador D. Pedro II, oferecia bolsas de estudo aos seus melhores alunos, sendo Henrique premiado com uma temporada de estudos em Paris, o que constituía um novo caminho musical visto que os músicos eruditos brasileiros almejavam a Itália.
Na França, foi aluno de François Emmanuel Joseph Bazin, organista e compositor de óperas. Entre cursos de aperfeiçoamento musical e carreira de compositor, Henrique passou cerca de 10 anos no país, onde conheceu Adolph Sax, criador do saxofone, também professor do Conservatório, fazendo de Henrique o responsável pela introdução do Saxofone no Brasil.
Nesse retorno as terras brasileiras, foi nomedo professor de Solfejo e Harmonia do Conservatório, dividindo seu tempo com o Teatro e a Ópera, sendo que somente após a Proclamação da República, em meados de 1890 que Henrique retoma o ensino musical no agora Instituto Nacional de Música como atividade de maior importância até se aposentar em 1904, tendo entre seus alunos mais conhecidos Joaquim Callado e Anacleto de Medeiros.
Entre suas atividades musicais, foi também trompetista em algumas Orquestras do Rio de Janeiro, como também organista da Igreja de São Pedro. Gostava ainda de participar das rodas de serestas e modinhas, tendo amigos como Chiquinha Gonzaga e Alfredo da Rocha Vianna, pai de Pixinguinha. Como compositor, Henrique compôs Óperas e Operetas. Ele também se dedicou a composição das chamadas “mágicas”, gênero operístico popular que tratava de temas do cotidiano, indicando sua proximidade com a nascente música popular brasileira.
"O primeiro a se arriscar foi Henrique Alves de Mesquita, que compôs o lundu, um gênero que na linguagem africana chama­se lundum, mas abrasileiraram. Era um ritmo tocado acompanhado de tambores, mas havia ainda uma influência de várias habaneras, incluindo a mais famosa delas, Carmem, de Bizet. O lundu tinha um acompanhamento rítmico da habaneira. E não era isso que o Callado queria, nem Chiquinha, nem o Mesquita. Assim, começaram a ensaiar outras coisas, outros ritmos, sempre baseados nos tambores dos negros, dos escravos [...]
Além de ser o primeiro bolsista do Império, o primeiro a compôr “lundu”, foi também o primeiro a denominar “tango” para uma composição brasileira, em “Olhos matadores” que fazia parte de sua opereta "Ali Babá e os Quarenta Ladrões", de 1872, com também forte influência da habaneira. Faleceu em 12 de Julho de 1906, na cidade do Rio de Janeiro.
Entre suas composições mais conhecidas está o “Batuque”:
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https://www.youtube.com/watch?v=Mt8QmKk7ejk
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Referencia:
http://musicosdobrasil.com.br/henrique­alves­de­mesquita; Acesso em 30 de Agosto de 2014 às 16:45